EBNº1 de CONDEIXA-A-NOVA

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sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

A que sabe a Lua?

Ilustração: Maria Mateus
  Há já muito tempo que os animais desejavam averiguar a que sabia a lua.
Era doce ou salgada? Só queriam provar um pedacito. À noite, olhavam ansiosos para o céu. Esticavam-se  e estendiam os pescoços, as pernas e os braços, tentando atingi-la. Mas era tudo em vão, e nem o maior dos animais era capaz de tocá-la.
Um belo dia, a pequena tartaruga decidiu escalar a montanha mais elevada para poder chegar à lua. Vista lá de cima, a lua estava mais próxima, mas a tartaruga ainda não podia tocá-la. Então chamou o elefante.
- Sobe para as minhas costas, talvez cheguemos à lua.
A lua pensou que se tratava de um jogo e à medida que o elefante se ia aproximando, afastou-se um pouco.
Como o elefante não pôde tocar na lua, chamou a girafa.
- Se subires para as minhas costas, melhor a alcançaremos.
Mas ao ver a girafa, a lua distanciou-se um pouco mais. A girafa esticou, esticou o pescoço quanto pôde, mas não serviu de nada. E chamou a zebra.
- Se subires para as minhas costas é provável que nos aproximemos dela.
A lua começava a divertir-se com aquele jogo e afastou-se outro pedacinho.
Também a zebra não conseguiu tocar a lua e chamou o leão.
- Se subires para as minhas costas, talvez possamos alcançá-la.
Mas quando a lua viu o leão, tornou a subir um pouco mais. Também desta vez não conseguiram tocar a lua, e chamaram o raposo.
- Verás como conseguimos, se subires para as minhas costas – disse o leão.
Ao ver o raposo, a lua afastou-se mais um pedacinho. Agora só faltava um pouquinho de nada para tocar a lua mas esta desvanecia-se cada vez mais.
E o raposo chamou o macaco.
- De certo, desta vez conseguiremos. Anda, sobe para as minhas costas.
A lua viu o macaco e retrocedeu uma vez mais. O macaco já podia cheirar a lua, mas tocá-la, nem pensar! E chamou o rato.
- Sobe para as minhas costas e tocaremos a lua.
A lua viu o rato e pensou: Um animal tão pequeno, certamente não poderá alcançar-me. E como já começava-se a aborrecer-se com aquele jogo, a lua ficou onde estava. Então o rato passou trepando por cima da tartaruga, do elefante, da girafa, da zebra, do leão, do raposo, do macaco e… de uma dentada só, arrancou um pequeno pedaço da lua.
Saboreou-o, satisfeito, e depois foi dando migalhas do pedacinho ao macaco, ao raposo, ao leão, à zebra, à girafa, ao elefante e à tartaruga. E a lua soube-lhes exactamente àquilo que cada um deles mais gostava.
Nessa noite, os animais dormiram muito juntos.
O peixe, que tinha visto tudo sem entender nada, disse:
- Esta é boa! Tanto esforço para chegar à lua, lá em cima no céu, tão longe… Acaso não vêem que aqui na água há outra tão perto?  

Obra: A que sabe a Lua?
Autor: Michael Grojniec   

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